Festival de Woodstock |
Quando se olha o mundo na perspectiva da Vida Religiosa, é natural tomar para si a responsabilidade de levar Deus aos que estão necessitados. São muitos os necessitados que agora mesmo gostariam de ser acolhidos e amados. Vestidos, alimentados, tratados. Muitos... e se encontram de todas as formas.
Não sei se o que escrevo vai tomar conotação de crítica ou apologia, mas é fruto de uma reflexão pessoal.
Tomaremos a partir daqui a figura do cantor nacional Cazuza, falecido em 07 de julho de 1990. Na sua vida encontramos sexo, drogas e Rock and Roll. Morreu com HIV. Mas isso não é todo o Agenor de Miranda Araújo Neto.
Se perguntarmos para nossos pais quem foi Cazuza, é provavel que eles digam "foi um drogado que morreu com AIDS". Na maioria das vezes, quando mostramos uma música dele para um amigo da paróquia, do grupo de oração, ou se por acaso Cazuza é citado no nosso círculo de conversa, a receptividade pode não ser das melhores.
Em alguns casos faz parte do gosto musical. Em outros é o preconceito que impera. Aqui deixo claro que não se trata do Cazuza, mas de determinados grupos de pessoas que ele representa. No lugar dele poderia usar qualquer pessoa que teve uma vida fora dos padrões, imoral ou ilegal.
Eu sou um cara
Cansado de correr
Na direção contrária
Sem pódio de chegada ou beijo de namorada
O Tempo Não Para, Cazuza e Arnaldo Brandão
É de certa forma fácil acolher os fiés que vem às paróquias, e que já estão inseridos em um contexto de fé e conversão. Mas e aqueles que são ovelhas sem pastor? Meu medo é olharmos para aquilo que é comum aos nossos olhos e tapar a vista ao bizarro. Se nutrirmos nossos corações com preconceito e repulsa a determinados grupos de pessoas o Evangelho que fomos convidados a anunciar não vai se apresentar sozinho. Por isso fomos chamados. De uma forma toda especial os religiosos e religiosas, consagrados e sacerdotes.
Ninguém está totalmente perdido. E hoje precisamos de uma abordagem nova e eficaz, que pode ser simplesmente acolher.
Quando leio Mc 6, 34: "Jesus viu uma grande multidão e compadeceu-se dela, porque era como ovelhas que não têm pastor", logo me vem a cabeça aqueles que são excluídos por tantas células da sociedade, mas principalmente excluídos pelos nossos corações. São ovelhas sem pastor. E não ter quem cuide não significa não querer ser cuidado.
Enquanto cristãos qual deve ser nossa posição?
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Foto 1: http://www.southern.ohiou.edu/faculty/jarrett/woodstock.jpg
Foto 2: http://1.bp.blogspot.com/-aengrS7Dbxk/Tc_7KLQa8HI/AAAAAAAAAsQ/LBQrrg3ccr8/s200/Toca+de+Assis+043+-+C%25C3%25B3pia.jpg
Foto 3: http://a2.sphotos.ak.fbcdn.net/hphotos-ak-ash2/67116_148359171880940_100001205742691_264542_7537817_n.jpg
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