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quarta-feira, 16 de maio de 2012

Fé e Razão combinam?

Essa resenha, que elaborei para o curso de História da Filosofia, pode ser útil caso você tenha se questionado quanto a possibilidade da Fé e da Razão andarem juntas... Divirtam-se:


PAULO II, João. Carta Encíclica Fides Et Ratio. 13. ed. São Paulo: Paulinas, 2010.

Diante da temática Fé e Razão não há um confronto de temas antropológicos. Temos na verdade, a aposição de dois aspectos dependentes um do outro no homem. Ambas, a Fé e a Razão se complementam como o melhor recurso na busca pela Verdade, inerente ao homem e sua realização enquanto ser.
O homem em seu desenvolvimento alcança a virtude da sabedoria e passa a questionar o mundo e a si mesmo. Sua condição espiritual, cultural e político-social o permite percorrer um caminho não apenas para o cosmos, mas principalmente para o seu interior, onde encontra as questões mais complexas e os dados essenciais que apontam para sua existência. A razão do homem o privilegia, e é importantíssima para a dignidade do seu ser. Com ela a humanidade caminhou para uma compreensão acertada de questões últimas. Este amor à sabedoria foi o maior impulso do homem em direção à Verdade.
Entretanto, afastar a verdade de sua transcendência dissolve seu dado de unidade, e dá margem ao uso indevido da razão. Vemos isto especialmente no relativismo, que suprime grandes afirmações filosóficas e reduz a Verdade ao homem. Seria uma tentativa inversa do caminho percorrido pela Filosofia, e neste caso a Verdade estaria em busca do homem? Se esse foi o anseio intrínseco de todo pensamento filosófico insensato, teve sua resposta na Revelação, em Jesus, aquele que revela o Pai. A Revelação é um ponto de partida concreto para a compreensão da Verdade Incriada.

"Percebendo seus limites, o saber e o crer se comprometam a ortodoxa e paulatinamente integrarem-se com um escopo bem definido: a Verdade; que não é diferente para um ou outro."

A Fé por sua vez, surge da inclinação humana ao transcendente, e se mostra também como uma forma de sabedoria. Há, cedo ou tarde, a necessidade de basear a existência numa verdade sólida, absoluta, crível. O dado da fé humana é uma ponte para Deus, e nele não há expectativa científica ou empírica de concentrar Deus num plano constatável. Do contrário a partir da constatação a fé por si perderia sua finalidade. Mas, a fé unida à razão leva a uma verdadeira reflexão transcendente, e é nos Santos Padres do Deserto que encontramos a firmeza desta experiência.
Para lidar com a profundidade da reflexão humana no âmbito da Filosofia e da Teologia é necessário assegurar a reta intenção de seus responsáveis, a fim eliminar toda ambigüidade e interesse pessoal que possa levar a má condução à Verdade. Percebendo seus limites, o saber e o crer se comprometam a ortodoxa e paulatinamente integrarem-se com um escopo bem definido: a Verdade; que não é diferente para um ou outro.
 Um grande problema do homem é estar desamparado pela Fé e Razão. Uma perdida num espiritualismo que “demoniza” o ser, e a outra se isolando cada vez mais num ser que há muito deixou de ser o homem na sua identidade profunda. A purificação desses aspectos humanos, Fé e Razão, nos dará novamente uma ampla visão sobre a plenitude e a eloqüência da Verdade.

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