A Fraternidade Jesus Salvador é uma grande família do povo de Deus, formada por três ramos: o Instituto Missionário Servos de Jesus Salvador, o Instituto Missionário Servas de Jesus Salvador e os Servos Evangelizadores do Reino - SER (Ordem Terceira - Leigos), e um movimento de jovens chamado Juventude Salvista. Todos vivendo sob o mesmo carisma, espiritualidade e apostolado, o que garante a unidade e a inspiração de toda a obra de Jesus Salvador. Saiba mais...

sábado, 19 de junho de 2010

Shoá




(im)possibilidade de narrar o inenarrável



Hoje fui ao Sesc Pompéia com alguns amigos, na intenção de ver uma exposição temporária sobre o Holocausto. Vi mais que uma exposição. Vi, ou melhor, senti que ser humano é mais do que ser ou estar em um meio. Humanizar-se é mais do que se encaixar na condição biológica, sociológica e cultural do meio.

A exposição Shoá, reflexões por um mundo mais tolerante traz a São Paulo a dolorosa presença do Holocausto, pautando-se por três eixos, intrinsecamente relacionados: memória, educação e legado.

Shoá, o genocídio perpetrado pela Alemanha nazista e por seus aliados durante a 2ª Guerra Mundial, em que foram assassinados, com um nível de crueldade jamais imaginado, seis milhões de judeus, quinhentos mil ciganos, testemunhas de Jeová, milhares de homossexuais, comunistas e intelectuais. O objetivo principal da mostra, ao meu ver, é refletir sobre a importância de educar para um mundo mais tolerante. Como refletiu o filósofo Theodor Adorno, no período posterior à 2ª Guerra Mundial, quando vieram a tona os atos de barbárie cometidos pelos nazistas e seus aliados nos campos de extermínio construídos na Europa, "qualquer debate a érea de metas educacionais carece de significado e importância frente a esta meta: que Auschwitz não se repita. Auschwitz foi a barbárie contra qual se dirige toda a educação".

Parte da exposição fala claramente da educação, o que foi bom porque meu colega professor e eu somos educadores. Mas dá pra se aproveitar tudo que tem no espaço independente da profissão, mas recomenda-se alguma base sobre o assunto 2ª Guerra. A monitora que nos conduziu mostrou um despreparo tal que outra assumiu a turma no final do roteiro, onde são expostas artes relacionadas ao assunto.
Fora toda a riqueza de conteúdo deste ambiente, o que mais me tocou como educador foram as seguintes palavras:

"Caro Professor
sou um sobrevivente de um campo de concentração.
Meus olhos viram o que nenhum ser humano deveria testemunhar.
Câmaras de gás construídas por engenheiros ilustres.
Crianças envenenadas por médicos altamente especializados.
Recém-nascidos mortos por enfermeiras diplomadas.
Mulheres e bebês assassinados e queimados por gente formada no ginásio, colégio e universidade.
Por isto, caro professor, eu duvido da educação.
Eu lhe formulo um pedido:
Ajude seus estudantes a se tornarem humanos.
Seu esforço, professor, nunca deve produzir monstros eruditos e cultos,
psicopatas e Eichmans educados.
Ler e escrever aritmética são importantes somente se servirem
para tornar nossas crianças seres mais humanos."
Alain Ginott

Imagens, textos, testemunhos, vídeos reais, sobreviventes vitoriosos.
Em alguns momentos as lágrimas não se seguraram.

Algumas fotos que tirei:



Livros queimados na Noite dos Cristais (Onde foi definitivamente liberada a revolta contra os judeus e outros grupos)
Janusz, um exemplo de pedagogo
Uma carta contra os judeus, negros, homossexuais - entre outros -, traduzida do alemão para o português



História das três "Anas": Anne Frank, Hana Brady e Ani Braj

Bastidores, Rosana Paulino.
(outras fotos podem ser vistas no álbum do meu orkut Shoá )

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Obrigado por acompanhar meu blog, nos encontramos na Eucaristia.

Um comentário:

  1. Incrível, essa exposição deve ser realmente demais! Não vejo a hora de chegar logo o dia 03/06 para visitar.

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